MADEIRA DE DEMOLIÇÃO

Eu adoro móveis feitos de madeira de demolição. Pena que sejam tão caros. Mas nas lojas com fabricação própria é bem mais em conta. Sai por menos da metade do preço.

Sobre a madeira de demolição:

Madeira de demolição: bela, correta e versátil

Luciana Ackermann - O Globo Online

São várias as possibilidades que existem por trás de uma madeira de demolição. Dá para manter a característica mais crua e rústica, alterar as tonalidades, com tratamentos de ácidos, retirar as camadas de tintas, reservando alguns resquícios ou plainá-la, deixando com cara de nova. Enfim, designers de interiores, arquitetos e decoradores aproveitam todas as possibilidades que a madeira oferece para criar seus projetos. Peroba, ipê e freijó estão entre as mais usadas.

A arquiteta e designer de interiores Fernanda Lima conta que, praticamente, começou a dar seus primeiros passos na área há 20 anos, quando comprava peças em depósitos para serem restauradas e vendidas. Desde aqueles tempos, ela mantém contato com uma série de depósitos de demolição em diferentes pontos do Brasil: Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Florianópolis e Bahia.

Para ela, só há vantagens no uso desse tipo de madeira. Costuma usar madeira de demolição nas mobílias, como estantes e mesas de jantar, em pisos, portas e janelas.

- São bonitas, ecologicamente corretas e, às vezes, têm preços mais baixos. Além de resistente, a madeira é atemporal, não depende das tendências da decoração - afirma Fernanda.

São bonitas, ecologicamente corretas e, às vezes, têm preços mais baixos. Além de resistente, a madeira é atemporal, não depende das tendências da decoração
Ela explica que o processo de transformação da matéria-prima à peça final, entre a limpeza da madeira, a confecção e o acabamento, que definirá a tonalidade e a textura da madeira varia de uma semana a um mês, dependendo da quantidade de peças a ser confeccionada. Uma estante, por exemplo, segundo Fernanda, leva uma semana para ficar pronta.

O economista Jorge Garcia conta que, há mais de 20 anos, cultiva o hábito de viajar para diferentes estados em busca de objetos de decoração. Já comprou portas antigas que se tornaram aparadores e mesas em sua casa. Depois de ouvir muitas recomendações de amigos e familiares que se encantavam com os objetos de sua casa, resolveu abrir sua loja, a Trapiche Carioca, localizada numa antiga fábrica de chocolate em Santo Cristo.

Garcia explica que trabalha exclusivamente com a peroba. Faz um verdadeiro trabalho de garimpo nas cidades do interior da Bahia e do Rio Grande do Sul em busca de fazendas e estâncias com casas de colonos abandonadas. No local, contrata uma equipe para desmontar as casas e, numa carreta, traz tábuas, ribas e vigas distribuídas em quatro oficinas no Rio de Janeiro. Ele mesmo faz os desenhos de suas criações e encomendas de seus clientes.

- Com o trabalho de pesquisa de campo, eu consigo garantir preços mais acessíveis numa madeira boa, que será transformada em produtos interessantes - afirma Garcia.

Na Trapiche, são três as formas de acabamentos da madeira de demolição: o descacado, em que são retiradas as várias camadas de tintas, mantendo apenas alguns pontos de uma de suas cores; o maquinado, em que se retiram todas caracteríscas da passagem do tempo, deixando-a com cara de nova; e o rústico, que mantém as marcas e registros de sua história.

- As peças em madeira trazem aconchego ao ambiente e permitem uma mistura harmoniosa com os objetos modernos - acrescente Garcia.

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